Friday, 16 May 2008

Concentração de renda no Brasil

Hoje tem uma matéria no Estadão sobre um estudo do IPEA mostrando o tamanho da desiguildade de renda no Brasil[1]. É difícil imaginar uma sociedade mais dividida que a brasileira. Na minha opnião isso enterra qualquer possibilidade de acreditar no Brasil como um país de com um futuro melhor. E porque vamos continuar sendo a mesma coisa de sempre, só um pouco pior.

A desigualdade de renda está na raíz da violência que torna a vida em qualquer cidade brasileira próximo do impossível. E aquele presidente fanfarrão fala alguma coisa sobre isso? Qual o empenho para uma reforma tributária que diminua essa calamidade?

Mas o grosso da população é semi-analfabeta, na melhor hipóteses, e nunca vai tomar conhecimento de um estudo como esse. O "Fala-Fácil" fica distribuindo uma esmola e mantendo seu curral eleitoral, como os velhos coronéis sempre fizeram. Essa é a política Lulista, transformar o Brasil num enorme curral eleitoral.

[1] http://www.estadao.com.br/economia/not_eco173284,0.htm

Monday, 12 May 2008

Relação entre o tamanho do gabinete e a eficiência governamental

Hoje foi publicado no site slashdot uma notícia sobre um estudo relacionando a eficiência da máquina administrativa com o número de ministros[SLASH01]. Achei a idéia desse estudo interessantíssima e alguém precisa mostrar isso ao Lula.

Um ministério com 40 pastas é algo além da compreensão - não foi feito para funcionar. Na verdade não precisa funcionar, pois basta continuar exportanto matéria prima básica que tudo vai indo bem. Ou basta manter a taxa de juros nas alturas. No Financial Times saiu uma matéria com a chamada "Congresso parado não afeta Lula sortudo"[BBC01]. Essa chamada resume muito bem o governo Lula: sorte, pura e simples sorte.

A matéria chama a atenção para o crescimento dos gastos públicos, que o congresso não tem feito a sua parte, e coisas do tipo. Ou seja. "O milagre brasileiro" continua sendo baseado em uma situação internacional favorável, não em uma economia sólida.

Justiça ainda vai ser feita. A história há de registrar esse governo como o mais corrupto, mais safado, mais nocivo, mais sortudo da história recente do Brasil.


[SLASH01] http://news.slashdot.org/article.pl?sid=08/05/11/2026230&from=rss
[BBC01] http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080512_lulasortudopress_fp.shtml

Wednesday, 30 April 2008

Milagre Brasileiro 2.0

O Brasil foi colocado num grupo de paises chamado de BRIC - Brasil, Russia, India e China[BBC]. Os investidores internacionais acreditam que esse grupo de paises será o mesmo que os Tigres Ásiaticos foram. Cada vez que vejo esse entusiamos, que beira a histeria, com relação a economia brasileira eu fico deprimido. O que me deprime é não conseguir me empolgar com essa história toda. Eu queria achar que dessa vez o Brasa vai para a frente, que finalmente vamos deixar de ser o país do futuro para se tornar uma realidade. Eu queria, mas não consigo.

A razão da minha desconfiança é que essa prosperidade toda não é partilhada pela sociedade, pelo contrário, vindo do mercado financeiro, ou grandes grupos, a riqueza fica concentrada. E essa é a assinatura do subdesenvolvimento - concentração de renda. Não estou dizendo que a culpa é dos capitalistas, muito pelo contrário, eles estão fazendo a parte deles - mais capital. E muito bem diga-se de passagem.

O culpado é o governo ou a sociedade ou ambos. Sempre ouvi dizer que os fatores que engessavam a economia brasileira eram:
  • Dívida do setor público.
  • Legislação trabalhista fora da realidade.
  • Sistema tributário esquizofrênico.
  • Infraestrutra em frangalhos.
  • Baixíssima escolaridade da mão de obra.
  • Corrupção endêmica.
  • Provavelmente muitos outros.
A pergunta que me faço é: qual desses problemas foi resolvido? A resposta é nenhum. Então porque esse otimismo todo? O Brasil vive das exportações para a China. Então se a economia mundial entrar em recessão e a China der uma esfriar um pouco, o Brasa vai voltar a ser o Brasa de sempre. "E agora José?", como diz a poesia.

Durante os anos 70, o Brasil apresentou um crescimento muito acelerado que lá pelas tantas acabou e depois veio a ressaca, duas décadas de crescimento pífio. A gente já viu esse filme antes. É uma onda. Mas mostra uma coisa importante: até hoje, mesmo depois de 500 anos, o Brasil ainda continua sendo um exportador de bens primários.

Todo país que tem alguma riqueza natural está mesma onda que o Brasil. Outro dia esta lendo uma reportagem que lá pelas tantas comparava o Brasil ao Peru. Nesse momento eu tive um choque. Se estamos sendo comparado ao Peru a coisa é pior do que eu poderia imaginar. Pela minha cabeça passaram algumas comparações que já foram feitas com o Brasil.

Dizia-se que o Brasil era a Belindia: uma mistura de Bélgica com India - a parte miserável. Mas a India hoje está inserida fortemente no setor de serviços e informática. O Brasil nunca conseguiu criar a sua marca, a marca Brasil. Sem falar nos grupos industriais fortes como Mittal ou Tata, que comprou as marcas Jaguar e Land Rover. Nos anos 60 o Brasil e a Coréia do Sul estam na mesma situação e onde esta a Coréia hoje? Lá na frente. Usamos celulares e outros aparelhos elétro-eletrônicos Samsung, LG, etc. Na rua tem carros Hyundai e Kia, e até onde sei o Brasil só fez a Brasilia e Gurgel. Não tenho certeza se já tiveram a ousadia de comparar o Brasil com a China em algum momento, mas se sim, vamos aos fatos. Ainda que a China seja uma bomba relógio ambiental e social, o Brasil nunca chegou perto de ser motor da economia mundial. O meu medo é claro: há a chance de alguma dia o Peru olhar para o Brasil pelo retrovisor. Eu espero não estar mais vivo quando isso acontecer.

A moral da história é que a economia esta bem porque a China está bem, e não porque resolvemos o nossos problemas.

O que me deixa mais puto é ver o Lula posando de heroi. Ver aquele pessoa sorrindo e dizendo que nunca na história brasileira houve algo semelhante faz as minhas vísceras ferver. Mas esso assunto fica para uma próxima vez...

[BBC] http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/7371984.stm

Sunday, 24 February 2008

A União Européia e privacidade individual

No jornal The Guardian de ontem (23/02/2008) tem um matéria muito interessante sobre como a sociedade esta sendo cada vez mais vigiada e privacidade individual esta evaporando por conta da tal "Guerra contra o terrorismo".

A matéria diz que pelo novo pacote de medidas de segurança do governo Britânico, os viajantes entre paises da União Européia e mesmo dométicos deverão entragar um conjunto enorme de dados pessoais, tais como número de telefone celular e número de cartão de crédito.

Autoridades em Bruxelas consideram controverso o plano anti-terror que coletará 19 informações sobre os passageiros e que essas informação sejam entregues ao governo norte-americano para todos que viajarem entre a Europa e os EUA. Para piorar o governo Britânico que extender para viajens de trem e marítimas e mesmo vôos dométicos.

Me parece completamente absurdo que uma pessoa deva entregar tanta informação pessoal para poder viajar. Do ponto de vista prático, quem garante que essas informações estarão seguras? Como o governo pode garantir que elas não cairão em mãos erradas? E do ponto de vista mais abstrato, parece muito preocupante que o governo possa decidir o que é um cidadão "suspeito". Quais serão os critérios? E se esses critérios forem manipulados, se tornando cada vez mais vagos até que todos sejam considerados suspeitos? E se hoje é contra os terrorismo, amanhã pode ser contra os que lutam pelos direitos civis, contra a invasão do Estado na vida das pessoas.

A privacidade é um bem inalienável, que não pode ser invadido por conta de uma tal "guerra contra o terror", principalemente quando o Estado esta caminhando para se tornar o próprio elemento de terror.

[1] "Government wants personal detaisl of every traveller", The Guardian.

Thursday, 21 February 2008

A cara de pau do Lulla não conhece limites

Hoje estive lendo a matéria no Estadão em que o Luís Inácio diz que a ex-ministra da Igualdade Social - seja lá o que isso for - não cometeu nenhum crime, apenas "falhas administrativas". Um pessimista diria que ele, o Luís "Fala fácil" da Silva, esta certo, afinal num governo marcado pelos piores casos de corrupção que me lembro, o que é são meras "falhas administrativas"?

A coisa é tão absurda que merece ser pensada com calma. Em primeiro lugar essa secretaria da Igualdade Racial num país onde o conceito de negro e branco é muito relativo, afinal, se até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha um pé na cozinha, o que dirá do brasileiro "nato"? Como implantar cotas? Como fiscalizar? Pessoalmente acho isso tudo deplorável pois introduz um elemento de tensão racial onde não existia. Esse tipo de "ação afirmativa" é algo criado nos Estados Unidos onde o problema da segregação racial era (é?) muito sério. Tenho a impressão que no Brasil esse não é o remédio que precisamos. Precisamos de escolas decentes, da valorização do professor, de coisas que realmente façam as pessoas competir em pé de igualdade e não de quanto pé na cozinha alguém tenha. Mesmo porque o primeiro artigo da constituição não diz que todos são iguais? Como pode haver uma lei que diz que uns são mais iguais que outros?

É aceitávell que um ministro cometa "falhas administrativas"? Não se deve espera que um ministro (e começando pelo Presidente) tenham um comportamento exemplar? Se vc escolhe um(a) qualquer, pelo menos que escolha acessores descentes que possam orienta-lo da melhor maneira possível. Mas isso é esperar demais do Luís "Fala fácil" da Silva e da sua gangue. Infelizmente o Brasil está entregue a uma quadrilha de inescrupulosos despudorados.

Para completar, o Luís "Fala fácil" da Silva transformou a secretaria em ministério para que o novo secretário/ministro possa ocupar sem renunciar ao cargo de deputado. Na terra do Luís "Fala fácil" da Silva as coisas são assim, sem limites.

E já o assunto é a falta de noção do Luís "Fala fácil" da Silva, não posso deixar de expressar minha indignação com a ida do Luís "Fala fácil" da Silva II, vugo "Lulinha" para a Antartida com interesses científicos, afinal ele é biólogo, um homem de carreira acadêmica, um cientista de talento. O curioso esse é o mesmo que vendeu um canal de TV a uma empresa de telefonia. Como diz o velho ditado, "tal pai, tal filho".

Friday, 15 February 2008

QS21: rpmdb corrompido

Começo a ter a impressão que após a instalação do SDK 3.0 no QS21, há um problema com o banco de dados RPM.

Para resolver o problema, usar os comandos:

  1. rm -f /var/lib/rpm/__db*

  2. rpm --vv --rebuilddb


Aparentemente resolveu o problema.

Friday, 1 February 2008

Esta difícil achar pós-"Hello World"

Em março faz um ano que comecei a trabalhar com a arquitetura Cell Broadband Engine, e acho até já algumas brincadeiras, mas está sendo muito difícil achar o pós-"Hello world".

Precisaria achar algo que fosse útil, real (ao invés de exemplos artificiais) e ainda assim factível.

O plano de trabalho tem sido portar o OpenFOAM[1], seguindo o artigo da IBM sobre a experiência em portar uma aplicação do mercado financeiro para Cell BE[2]. Esse grupo da IBM levou 2 anos completar o trabalho, e eu, quanto vou levar?? A resposta da comunidade FOAM não foi muito animadora, em geral eles estão descrentes da empreitada.

É fácil entender essa reação, primeiro porque Cell BE ainda quer dizer PS3 para a maioria, o que realmente não parece a melhor plataforma para uma aplicação pesada como CFD. Depois porque a tecnologia ainda não foi absorvida, as pessoas ainda não entenderam o papel da DMA transfer, o fato da local store dos SPEs ter apenas 256KB ainda choca, e a performance máxima é apenas usando precisão simples - tipo float.

A resposta é fazer a computação em paralelo com a transferência, e essa transferência é tão rápida que para a aplicação é como se estivesse tendo acesso a própria memória do sistema. O problema é que até pouco tempo atrás gerenciar essas transferências era tarefa do programador, o que não é exatamente trivial.


[1] http://www.opencfd.co.uk/openfoam/
[2] Finantial markets applications on Cell/BE technology.