Thursday 30 October 2008

Pazes com o Fedora

Andei meio desampotado com o projeto Fedora e após um tempo com Ubuntu 8.04, voltei. Não adianta, por mais que eu ache o Ubuntu interessante, eu ainda prefiro Fedora.
Um exemplo, Pulse Audio (PA). O caso é o seguinte: se eu usar o PA posso ouvir música e se alguém me chamar no Skype eu ouço pois o dispositivo não está bloqueado. Mas isso não acontece de maneira natural no Ubuntu. Por outro lado, como no Fedora não funciona, eu preciso configurar "na unha". Na verdade é editar apenas um arquivo /etc/pulse/daemon.conf. O resultado é que o PA funciona como deveria.
Outra coisa é gerenciamento de pacotes. Hoje tenho a impressão que o melhor mecanismo é o yum e olha que o Ubuntu sendo derivado do Debian usa as ferramentas apt-* que estão muito bem estabelecidas. Mas uma coisa que me incomoda é ter que ficar alternando (e lendo man page) entre apt-get, apt-cache, dpkg, etc. Ou usar a interface gráfica synaptic. No final das contas o yum parece tão mais natural, mais fácil, mais tudo que hoje eu acho que superou o sistema apt
Aparentemente o Fedora 10 está muito bom. Estou muito satisfeito. E estou mais satisfeito ainda com o projeto CentOS.

Monday 29 September 2008

Uma vitória a derrota do plano para Wall St.

Ao ouvir a notícia que o plano para salvar os fat cats de Wall Street não tinha sido aprovado pelo congresso americano, não pude acreditar: era uma notícia maravilhosa. Esse pessoal tem que sentir um pouco de dor. Durante a bonança, os números eram quase obscenos e agora que a maré virou, simplesmente mandam a conta para o contribuinte? Não pode ser fácil assim.

Eu não me lembro de ouvir que nenhum banqueiro de Wall Street se matou! O mínimo era um Seppuku em frente aos funcionários. Chamar a todos no saguão da empresa, pedir desculpas e morrer com honra.

Mas não, muito pelo contrário, alguns faliram firmas seculares (ou quase) e ainda embolsaram milhões de dolares! É chamar a sociedade de idiota. E o mais curioso é que os bonus foram calculados com base em um resultado fantasiodo como a crise atual está mostrando. Ou seja, quase estelionatários.

Tenho visto que o fracasso da desregulamentação do mercado financeiro, que remonta a crise de 1929, pelos governos Reagan e Margaret Thatcher, pode ser o começo de uma nova era, uma nova chance para a humanidade. Esperemos que assim seja. Para mim, a conclusão da crise é simples: o mercado financeiro presa de um lastro real, precisa da economia real, fábricas, lojas, armazens, etc, não da para construir castelo nas nuvens.

Isso me fez lembrar de um artigo que vi enquanto pesquisava sobre o modelo de Black-Scholes: "From Black Scholes to Black Holes." Profético! Como eu gostaria de achar esse artigo de novo.

Monday 22 September 2008

Frustrado com o projeto Fedora

Sempre fui defensor e usuário da família "Red Hat". A minha história com o Linux começou no Red Hat 2 e logo depois comprei o Red Hat 5. Desde então sempre fui fã dessa distro.

Houveram alguns intervalos com Debian e FreeBSD. Durante meus 2 anos como técnico no IFUSP instalei e gerenciei máquinas com um clone de Red Hat, o Scientific Linux. Eu lutei até que praticamente todas as máquinas do grupo estivessem com SL.

A idéia do projeto Fedora sempre me agradou e sempre fui feliz, mas de uns tempos para cá, algo não vai bem. Acho que o "art work" está horrível. O Ubuntu está muito bonito. O tema é elegante e discreto, o tipo de coisa que eu gosto. Até o OpenSuSE 11 está bom. O tema do Gnome é muito bom, diferente, legal, quase intrigrante. Do KDE eu não falo porque não uso. Para mim o Suse sempre foi a última opção, mas de repente me vejo tentado a instalar.

Hoje quando instalo o Fedora a primeira coisa é instalar meus pacotes do Gnome para tornar a interface mais palatável. Que alias, é quase o mesmo tema usando pelo Suse.

Teve a invasão dos servidores Fedora/Red Hat que me pareceu que foi muito mal gerenciada pelos responsáveis pela distro.

Eu não sei, não gosto quando fico nesse limbo, procurando por uma distribuição. Fico pensando em voltar ao SL ou instalar CentOS para continuar dentro da família Red Hat. Ao mesmo tempo penso se não seria hora de tentar outra distro. O que me mata é pensar que o Fedora 10 pode ser uma boa distro. Pois foi assim no passado. Fedora 7 foi difícil, muito instável, e depois o Fedora 8 foi ótimo. Agora o Fedora 9 está difícil e portanto o próximo lançamento deve ser bom.

Hoje eu instalei o Fedora 10 alpha numa máquina virtual. O tema continua o mesmo "Nodoka" horrendo da versão 9, mas pelo menos tem mais opção de fundo de tela. No mais não deu tempo de brincar. Vamos ver no que vai dar.

Avanços no Brasa

No site "folha on line" tem uma notícia interessante de que 13 milhões de brasileiros mudaram de faixa social na década[1]. Se isso for verdade, o que deve ser, é um número impressionante.

Isso reforça a importância da estabilidade econômica, afinal são mais de 14 anos de plano real, ou seja, da mesma política econômica. Teve também um momento muito especial na economia mundial que agora parece ameaçado pelas reviravoltas no mercado financeiro e desaceleração mundial. Mas de qualquer maneira é um número a ser comemorado.

A minha opnião é que a economia deve crescer devagar para ser um processo mais orgânico. Tenho a impressão que quando o crescimento é muito rápido, há uma concentração de renda que é muito ruim para a sociedade.

A medida que a sociedade evolui, a cidadania evolui também e assim se constroi uma sociedade mais justa. O que deve ser o objetivo de todo país. Quem sabe, aos poucos, o Brasa esteja caminhando.

[1] http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u447578.shtml

Saturday 16 August 2008

A Rússia e a Europa

A incurção da Rússia a Georgia para proteger os cidadãos russos na minha opnião marca o verdadeiro início do Séc. XXI. Em geral o século XX é marcado pela Revolução Russa de 1917 até o final da União Soviética em 1989.

O período que se seguiu, o tal "fim da história", com disse Fukuyama, foi um interlúdio de paz e prosperidade que parecia que seria a marca no novo século. Mas foi só um bocejo. Um momento em que os Estados Unidos pareciam infinitos no seu poder e glória e a Rússia derrotada, falida e em frangalhos. Mas hoje a situação parece oposta, os EUA estão enfraquecidos por duas guerras e dificildades financeiras e do outro lado uma nova Rússia com dinheiro e forças armadas re-equiapadas prontas para a ação.

A aventura desastrada da Georgia mostrou ao mundo a fraqueza do Ocidente e a divisão da OTAN. Os EUA vêem pressionando para a entrada o mais rápido possível das ex-repúblicas soviéticas numa tentativa de isolar e cercar a Rússia, mas a Alemanha e França tem se oposto a esse plano, o que foi a sorte do mundo nesse caso, pois do contrário, a Aliança teria que ter protegido a republiqueta o que significaria um conflito direto com tropas russas.

A diferença entre o descurso norte-americano e alemão é gritante. Aliás é a segunda vez que a Alemanha "fica" do lado dos russos. Alemanha não vai ameaçar o seu suprimento de gás, do qual eles dependem, com o inverno esta chegando.

Acho tudo isso muito interessante, os próximos capítulos dessa novela vão definir o mundo em que viveremos neste século. Me parece que vai ser um século XX piorado pelas mudanças climáticas. Se o passado foi o século mais sangrento da história, o que vai ser esse?

Tuesday 12 August 2008

O Brasa nas Olimpíadas

Hoje, olhando o quadro de medalhas, me saltou aos olhos uma curiosidade, o Brasa está em 32 lugar, bem atrás de "potências olímpicas" como o Azerbaijão(11), Colombia(26), Zimbabue(22) e a lista segue.

É bem verdade que o Brasa tem mais medalhas, mas como são todas de bronze, a nosssa classificação geral vai lá para baixo.

O que eu gostaria de saber é o tamanho das delegações, algo como uma medida da eficiência de cada equipe - se é que isso faz sentido, mas seria só uma curiosidade. Eu também gostaria de saber dos atletas brasileiros premiados, quantos treinam no Brasil.

Vamos ver o que acontece até o final dos jogos.

Thursday 31 July 2008

Esse jogo do PT e do Lula me deixam doente

Hoje tem a noticia que o presidente fanfarrao voltou atras e permitiu (leia-se mandou) a ministra da Casa Civil a ajudar os candidatos do PT na campanha municipal[1].

Esse é o PT, onde o Estado deve estar a serviço do partido. Tudo sem o menor constrangimento, na maior cara-de-pau.

Eu fico doente com esse tipo de notícia.

[1] http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac214758,0.htm

Friday 20 June 2008

Vida de sysadmin é phoda!

Eu sabia que a vida de sys-admin não era fácil, ainda mais tendo problemas com a língua. Mas tem horas que da vontade de desaparecer.

Um dia q parecia que seria tranquilo, começou com o chefe do suporte dizendo que não estava recebendo e-mails da lista "tripreport". Nunca conversei com meu chefe sobre como ele configurou o mailman[MLM], assim, virei para o usuário e disse "não faço idéia do que fazer". Simples assim.

Enquanto assimilava o choque, outro chegou reclamando que o acrobat professional dele tinha parado de funcionar. Como sempre o usuário não fez nada e de repente o programa parou de funcionar. Fui dar uma olhada no computador do cara. Ai que desgosto. Aquela configuração que o cara mantém por anos, juntando todo tipo de lixo que se vai instalando ao longo da vida.

Enquanto tentava acertar o Adobe, um usuário veio dizendo que a máquina dele tinha morrido. Não estava dando boot, que a tela estava preta, etc. Pânico total. Deixei o Acrobat fazendo uma auto-reparação e fui ver o que estava acontecendo. No final das contas não era nada de mais.

Voltando ao Acrobat. O problema era que durante a conversão do documento Office, o Acrobat dava uma mensagem dizendo que não tinha achado a impressora PDF e precisa ser reinstalado. Após duas reinstalações do Adobe e algumas horas, chegou a hora de procurar no google pela mensagem de erro. Meu colega assumiu o comando e fui fazer a pesquisa. O resultado foi um "technote" da Adobe com 15 possiblidades de solução do problema. No final ele resolveu o problema usando uma combinação linear de algumas das soluções.


Com isso pude voltar a lutar com o download do RHEL Workstation, já que a versão server não aceitou a licença que veio em outra máquina e como vai para o pessoal de "testing", eles não precisam de nada da versão server mesmo. O problema é que a máquina é velhinha e só lê CD, ou seja, fazer o download de 6 CDs a velocidade de modem. Isso vai tomar alguns dias. Detalhe, eu passei a semana passada fazendo o download dos 5 CDs da versão server.

Enquanto começei a instalação da máquina que vai para a gerente de licenças, o computador dela esta para morrer e é quase urgente substituir a máquina. Estive tentando com um que funcinava muito bem com Linux, mas não teve jeito de fazer o Windows XP funcionar. Após o primeiro boot, vinha a tela azul de erro fatal. Agora parece que vai dar certo.

Paralelamente estou acabando de instalar o Windows XP 64bit num laptop Precision M4300. A máquina estava praticamente pronta com o XP origianal e OpenSuse 10.2 64bit. Em geral configuramos as máquinas com dual-boot. E tem um certo trabalho em deixar os dois OS, diversos programas para instalar, configurar os clientes de backup e e-mail. Quando chefe da seção de Suporte, o mesmo do mailman, mudou de idéia e pediu que fosse apenas Windows XP 64, nada de dual-boot. O duro é ter que fazer o download de todos os drivers, para começar a preparar a máquina outra vez.

Como diria o velho sábio "rapadura é doce, mas não é mole não!"

[MLM] http://www.list.org/

Tuesday 17 June 2008

Xul ou wxPython?

Tenho sofrido de uma dúvida cruel, não sei se me dedico a aprender XUL[1] ou wxPython[2]. Na verdade é um sofrimento inútil porque não sou desenvolvedor de verdade, apenas um entusiasta. Mas um aficcionado por tecnologia.

Desde que vi o Songbird[3], me apaixonei pelo XUL. Achei a idéia tão fascinante, tão inspiradora, tão moderna, tão tudo, que para passou a representar o modelo de como se desenvolver uma aplicação. Em primeiro lugar pela fundação, que me parece bem sólida, ainda que a tecnologia seja nova. E se é verdade que o futuro está na Internet, algo na linha dessa tal "Internet 2.0", então porque não já usar como base um browser? Ou melhor o motor do browser, e não é disso que vou precisar? O problema é que me parece um tanto difícil de programar, mas com a ajuda do XUL Explorer[4], talvez fique tudo mais fácil.

A minha dúvida quanto ao wxPython é, em primeiro lugar, porque comprei um livro disso há tempos e tenho uma dó de abandona-lo. O wxpython é tão cross-platform quanto o XUL, mas não tem o mesmo "sexy appeal". Eu diria até que o wxPython é um código mais maduro e com mais recursos.

O problema real é que não tenho nada que fazer com isso e assim fico nessa dúvida atróz. Fico pensando em vários projetinhos como desculpa para aprender essas coisas, por exemplo:
  • Uma interface para os vários repositórios de dados que temos que lidar no escritório: LDAP, NIS/NIS+, sistema de telefone, etc. Embora haja uma lenda que tudo será concentrado no LDAP.
  • Uma interface descente para o Nagios e com integração ao Ganglia.
  • Uma interface alternativa ao Skype.
  • Implementar uma espécie de Google Picassa que seria realmente independente de plataforma.
Bom, enfim, de repente da para fazer um monte de coisas. Agora é só sentar e fazer!

Eu já ficaria satisfeito de fazer o meu sistema de contabilidade pessoal, com interface ao Google Spreadsheet.

Eu vou pensando...

[1] http://www.mozilla.org/projects/xul/
[2] http://www.wxpython.org/
[3] http://getsongbird.com/
[4] http://developer.mozilla.org/en/docs/XUL_Explorer

Saturday 14 June 2008

Back office em Linux

Estou para começar um free-lancer que pode ser muito interessante: back office em Linux para pequenos e médios negócios.

O trabalho vai ser em um pequeno escritório de arquitetura, mas pode ser facilmente implementado em escritórios de advocacia, consultórios médicos, etc.

Para falar a verdade o conceito de "back office" é um tanto nebuloso para mim. Pelo que entendi é tudo que não roda no cliente local - que em geral vai ser um computador com Windows.

A primeira parte é implementar autenticação usando Samba. Primeiro cria-se um PDC, isto é, um primary domain controler no qual os clientes windows vão se autenticar.

Depois a idéia é configurar um servidor LDAP para compartilhar contatos e coisas do tipo, por exemplo o address book do cliente de e-mail, que no caso vai ser o Thunderbird.

O ponto é que LDAP é apenas o protocolo de comunicação e não armazenamento. Ou seja, vai ser necessário primeiro configurar um banco de dados, que para mim seria Postgresql 8.3.

Depois, quem sabe, configurar a VPN para interligar o escritório de Manchester.

Bom, mas vamos ver no que da tudo isso.

Friday 16 May 2008

Concentração de renda no Brasil

Hoje tem uma matéria no Estadão sobre um estudo do IPEA mostrando o tamanho da desiguildade de renda no Brasil[1]. É difícil imaginar uma sociedade mais dividida que a brasileira. Na minha opnião isso enterra qualquer possibilidade de acreditar no Brasil como um país de com um futuro melhor. E porque vamos continuar sendo a mesma coisa de sempre, só um pouco pior.

A desigualdade de renda está na raíz da violência que torna a vida em qualquer cidade brasileira próximo do impossível. E aquele presidente fanfarrão fala alguma coisa sobre isso? Qual o empenho para uma reforma tributária que diminua essa calamidade?

Mas o grosso da população é semi-analfabeta, na melhor hipóteses, e nunca vai tomar conhecimento de um estudo como esse. O "Fala-Fácil" fica distribuindo uma esmola e mantendo seu curral eleitoral, como os velhos coronéis sempre fizeram. Essa é a política Lulista, transformar o Brasil num enorme curral eleitoral.

[1] http://www.estadao.com.br/economia/not_eco173284,0.htm

Monday 12 May 2008

Relação entre o tamanho do gabinete e a eficiência governamental

Hoje foi publicado no site slashdot uma notícia sobre um estudo relacionando a eficiência da máquina administrativa com o número de ministros[SLASH01]. Achei a idéia desse estudo interessantíssima e alguém precisa mostrar isso ao Lula.

Um ministério com 40 pastas é algo além da compreensão - não foi feito para funcionar. Na verdade não precisa funcionar, pois basta continuar exportanto matéria prima básica que tudo vai indo bem. Ou basta manter a taxa de juros nas alturas. No Financial Times saiu uma matéria com a chamada "Congresso parado não afeta Lula sortudo"[BBC01]. Essa chamada resume muito bem o governo Lula: sorte, pura e simples sorte.

A matéria chama a atenção para o crescimento dos gastos públicos, que o congresso não tem feito a sua parte, e coisas do tipo. Ou seja. "O milagre brasileiro" continua sendo baseado em uma situação internacional favorável, não em uma economia sólida.

Justiça ainda vai ser feita. A história há de registrar esse governo como o mais corrupto, mais safado, mais nocivo, mais sortudo da história recente do Brasil.


[SLASH01] http://news.slashdot.org/article.pl?sid=08/05/11/2026230&from=rss
[BBC01] http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080512_lulasortudopress_fp.shtml

Wednesday 30 April 2008

Milagre Brasileiro 2.0

O Brasil foi colocado num grupo de paises chamado de BRIC - Brasil, Russia, India e China[BBC]. Os investidores internacionais acreditam que esse grupo de paises será o mesmo que os Tigres Ásiaticos foram. Cada vez que vejo esse entusiamos, que beira a histeria, com relação a economia brasileira eu fico deprimido. O que me deprime é não conseguir me empolgar com essa história toda. Eu queria achar que dessa vez o Brasa vai para a frente, que finalmente vamos deixar de ser o país do futuro para se tornar uma realidade. Eu queria, mas não consigo.

A razão da minha desconfiança é que essa prosperidade toda não é partilhada pela sociedade, pelo contrário, vindo do mercado financeiro, ou grandes grupos, a riqueza fica concentrada. E essa é a assinatura do subdesenvolvimento - concentração de renda. Não estou dizendo que a culpa é dos capitalistas, muito pelo contrário, eles estão fazendo a parte deles - mais capital. E muito bem diga-se de passagem.

O culpado é o governo ou a sociedade ou ambos. Sempre ouvi dizer que os fatores que engessavam a economia brasileira eram:
  • Dívida do setor público.
  • Legislação trabalhista fora da realidade.
  • Sistema tributário esquizofrênico.
  • Infraestrutra em frangalhos.
  • Baixíssima escolaridade da mão de obra.
  • Corrupção endêmica.
  • Provavelmente muitos outros.
A pergunta que me faço é: qual desses problemas foi resolvido? A resposta é nenhum. Então porque esse otimismo todo? O Brasil vive das exportações para a China. Então se a economia mundial entrar em recessão e a China der uma esfriar um pouco, o Brasa vai voltar a ser o Brasa de sempre. "E agora José?", como diz a poesia.

Durante os anos 70, o Brasil apresentou um crescimento muito acelerado que lá pelas tantas acabou e depois veio a ressaca, duas décadas de crescimento pífio. A gente já viu esse filme antes. É uma onda. Mas mostra uma coisa importante: até hoje, mesmo depois de 500 anos, o Brasil ainda continua sendo um exportador de bens primários.

Todo país que tem alguma riqueza natural está mesma onda que o Brasil. Outro dia esta lendo uma reportagem que lá pelas tantas comparava o Brasil ao Peru. Nesse momento eu tive um choque. Se estamos sendo comparado ao Peru a coisa é pior do que eu poderia imaginar. Pela minha cabeça passaram algumas comparações que já foram feitas com o Brasil.

Dizia-se que o Brasil era a Belindia: uma mistura de Bélgica com India - a parte miserável. Mas a India hoje está inserida fortemente no setor de serviços e informática. O Brasil nunca conseguiu criar a sua marca, a marca Brasil. Sem falar nos grupos industriais fortes como Mittal ou Tata, que comprou as marcas Jaguar e Land Rover. Nos anos 60 o Brasil e a Coréia do Sul estam na mesma situação e onde esta a Coréia hoje? Lá na frente. Usamos celulares e outros aparelhos elétro-eletrônicos Samsung, LG, etc. Na rua tem carros Hyundai e Kia, e até onde sei o Brasil só fez a Brasilia e Gurgel. Não tenho certeza se já tiveram a ousadia de comparar o Brasil com a China em algum momento, mas se sim, vamos aos fatos. Ainda que a China seja uma bomba relógio ambiental e social, o Brasil nunca chegou perto de ser motor da economia mundial. O meu medo é claro: há a chance de alguma dia o Peru olhar para o Brasil pelo retrovisor. Eu espero não estar mais vivo quando isso acontecer.

A moral da história é que a economia esta bem porque a China está bem, e não porque resolvemos o nossos problemas.

O que me deixa mais puto é ver o Lula posando de heroi. Ver aquele pessoa sorrindo e dizendo que nunca na história brasileira houve algo semelhante faz as minhas vísceras ferver. Mas esso assunto fica para uma próxima vez...

[BBC] http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/7371984.stm

Sunday 24 February 2008

A União Européia e privacidade individual

No jornal The Guardian de ontem (23/02/2008) tem um matéria muito interessante sobre como a sociedade esta sendo cada vez mais vigiada e privacidade individual esta evaporando por conta da tal "Guerra contra o terrorismo".

A matéria diz que pelo novo pacote de medidas de segurança do governo Britânico, os viajantes entre paises da União Européia e mesmo dométicos deverão entragar um conjunto enorme de dados pessoais, tais como número de telefone celular e número de cartão de crédito.

Autoridades em Bruxelas consideram controverso o plano anti-terror que coletará 19 informações sobre os passageiros e que essas informação sejam entregues ao governo norte-americano para todos que viajarem entre a Europa e os EUA. Para piorar o governo Britânico que extender para viajens de trem e marítimas e mesmo vôos dométicos.

Me parece completamente absurdo que uma pessoa deva entregar tanta informação pessoal para poder viajar. Do ponto de vista prático, quem garante que essas informações estarão seguras? Como o governo pode garantir que elas não cairão em mãos erradas? E do ponto de vista mais abstrato, parece muito preocupante que o governo possa decidir o que é um cidadão "suspeito". Quais serão os critérios? E se esses critérios forem manipulados, se tornando cada vez mais vagos até que todos sejam considerados suspeitos? E se hoje é contra os terrorismo, amanhã pode ser contra os que lutam pelos direitos civis, contra a invasão do Estado na vida das pessoas.

A privacidade é um bem inalienável, que não pode ser invadido por conta de uma tal "guerra contra o terror", principalemente quando o Estado esta caminhando para se tornar o próprio elemento de terror.

[1] "Government wants personal detaisl of every traveller", The Guardian.

Thursday 21 February 2008

A cara de pau do Lulla não conhece limites

Hoje estive lendo a matéria no Estadão em que o Luís Inácio diz que a ex-ministra da Igualdade Social - seja lá o que isso for - não cometeu nenhum crime, apenas "falhas administrativas". Um pessimista diria que ele, o Luís "Fala fácil" da Silva, esta certo, afinal num governo marcado pelos piores casos de corrupção que me lembro, o que é são meras "falhas administrativas"?

A coisa é tão absurda que merece ser pensada com calma. Em primeiro lugar essa secretaria da Igualdade Racial num país onde o conceito de negro e branco é muito relativo, afinal, se até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha um pé na cozinha, o que dirá do brasileiro "nato"? Como implantar cotas? Como fiscalizar? Pessoalmente acho isso tudo deplorável pois introduz um elemento de tensão racial onde não existia. Esse tipo de "ação afirmativa" é algo criado nos Estados Unidos onde o problema da segregação racial era (é?) muito sério. Tenho a impressão que no Brasil esse não é o remédio que precisamos. Precisamos de escolas decentes, da valorização do professor, de coisas que realmente façam as pessoas competir em pé de igualdade e não de quanto pé na cozinha alguém tenha. Mesmo porque o primeiro artigo da constituição não diz que todos são iguais? Como pode haver uma lei que diz que uns são mais iguais que outros?

É aceitávell que um ministro cometa "falhas administrativas"? Não se deve espera que um ministro (e começando pelo Presidente) tenham um comportamento exemplar? Se vc escolhe um(a) qualquer, pelo menos que escolha acessores descentes que possam orienta-lo da melhor maneira possível. Mas isso é esperar demais do Luís "Fala fácil" da Silva e da sua gangue. Infelizmente o Brasil está entregue a uma quadrilha de inescrupulosos despudorados.

Para completar, o Luís "Fala fácil" da Silva transformou a secretaria em ministério para que o novo secretário/ministro possa ocupar sem renunciar ao cargo de deputado. Na terra do Luís "Fala fácil" da Silva as coisas são assim, sem limites.

E já o assunto é a falta de noção do Luís "Fala fácil" da Silva, não posso deixar de expressar minha indignação com a ida do Luís "Fala fácil" da Silva II, vugo "Lulinha" para a Antartida com interesses científicos, afinal ele é biólogo, um homem de carreira acadêmica, um cientista de talento. O curioso esse é o mesmo que vendeu um canal de TV a uma empresa de telefonia. Como diz o velho ditado, "tal pai, tal filho".

Friday 15 February 2008

QS21: rpmdb corrompido

Começo a ter a impressão que após a instalação do SDK 3.0 no QS21, há um problema com o banco de dados RPM.

Para resolver o problema, usar os comandos:

  1. rm -f /var/lib/rpm/__db*

  2. rpm --vv --rebuilddb


Aparentemente resolveu o problema.

Friday 1 February 2008

Esta difícil achar pós-"Hello World"

Em março faz um ano que comecei a trabalhar com a arquitetura Cell Broadband Engine, e acho até já algumas brincadeiras, mas está sendo muito difícil achar o pós-"Hello world".

Precisaria achar algo que fosse útil, real (ao invés de exemplos artificiais) e ainda assim factível.

O plano de trabalho tem sido portar o OpenFOAM[1], seguindo o artigo da IBM sobre a experiência em portar uma aplicação do mercado financeiro para Cell BE[2]. Esse grupo da IBM levou 2 anos completar o trabalho, e eu, quanto vou levar?? A resposta da comunidade FOAM não foi muito animadora, em geral eles estão descrentes da empreitada.

É fácil entender essa reação, primeiro porque Cell BE ainda quer dizer PS3 para a maioria, o que realmente não parece a melhor plataforma para uma aplicação pesada como CFD. Depois porque a tecnologia ainda não foi absorvida, as pessoas ainda não entenderam o papel da DMA transfer, o fato da local store dos SPEs ter apenas 256KB ainda choca, e a performance máxima é apenas usando precisão simples - tipo float.

A resposta é fazer a computação em paralelo com a transferência, e essa transferência é tão rápida que para a aplicação é como se estivesse tendo acesso a própria memória do sistema. O problema é que até pouco tempo atrás gerenciar essas transferências era tarefa do programador, o que não é exatamente trivial.


[1] http://www.opencfd.co.uk/openfoam/
[2] Finantial markets applications on Cell/BE technology.

Word é muito bom!

Estou escrevendo um texto sobre a instalação do QS21 (Cell BE Blade) usando o MS-Word 2007 e devo confessar que estou fascinado.

Começando pela interface, que apesar do choque inicial, se revelou ótima. Enquanto vou digitando, ele já vai corrigindo o texto, fazendo sugestões sobre a construção da frase, etc.

Em outros tempos eu teria escrito usando o LaTeX, que ainda acho fantástico, mas o Word superou as expectativas.

Saturday 19 January 2008

Instalação do QS21

A melhor notícia da semana foi colocar o QS21 no ar. Por algum motivo que tem que ser muito bom, a IBM não colocou um HD no QS21 e ainda por cima, ele deve usar um diretório exportado por uma máquina POWER 64, que no meu caso foi um Blade JS21, como diretório raiz. Então para configurar o QS21 foi necessário instalar Fedora 7 primeiro no JS21 e configurar os serviços de NFS, TFTP e DHCP. Essa foi a parte fácil da história. E aqui que as coisas se tornam complicadas. Teoricamente em seguida seria só baixar a imagem do Centro de Supercomputação de Barcelona (BSC), colocar no diretório que o TFTP esperaria, instalar o SDK e por fim instar o kernel modificado pelo BSC. Pronto! Simples assim!

Para piorar, monitorar o console do QS21 é um horror. Aparentemente a imagem do BSC foi criada com um endereço IP estático, o que a torna praticamente inútil. Mas descobrir isso foi uma guerra a parte.

OK, nesse caso, bastaria baixar o fonte do kernel BSC, compilar e gerar minha própria imagem. Bem... seria simples se não fosse complicado. Tudo começou com um a compilação do kernel abortando por falta de um tal de dtc. Em seguida o problema foi fazer o meu kernel bootar. Isso porque estive seguindo um site sobre o "Fedora way" para compilar o kernel, no entanto não teve jeito de fazer funcionar. Por sorte achei o roteiro do site do próprio Fedora, e apesar de haver uma observação de que aquilo se aplica apenas para o Fedora 8, pelo que pude perceber, a única diferença em relação ao Fedora 7 está no detalhe que o arquivo de especificação do kernel se chama kernel-2.6.spec e não kernel.spec, como seria para o Fedora 8.

Como kernel BSC compilado, gerei minha imagem e pude fazer toda a instalação do QS21 sem maiores problemas.

Muitas coisas

Aconteceram muitas coisas na última semana. Finalmente consegui instalar o Cell Blade QS21. Foi uma guerra, mas entre mortos e feridos vencemos! Voltei a trabalhar no banco de dados de benchmark para usar com Django e a primeira tarefa é colocar todos os resultados para STAR-CD feitos para a MBHPe. E instalei o sistema de wiki Trac no meu computador e vou aprender a usar esse negócio. A primeira dificuldade esta sendo justamente como começar - isto é como criar minhas páginas.

A instalação do QS21 foi uma epopéia que merece ser contada separadamente.

Sobre o banco de dados de benchmark, a boa notícia é que o Python 2.5 já traz tudo que se precisa para acessar o SQLite3. Basta importar o módulo sqlite3.

O Trac eu baixei do repositório Fedora direto. E ainda não entendi como crio as minhas páginas.

Friday 11 January 2008

O Lula não vai a Davos

O presindente Luiz Inácio não vai a Davos esse ano, apesar de ter sido convidado. O que poderia ser uma surpresa, afinal, o Luiz Inácio não despresa uma platéia, fica claro quando se lê que os investidores vao querer saber como o governo brasileiro vai responder ao fim da CPMF.
Esse é o nosso presidente, quando é para falar sem compromissos tudo bem, qualquer tijolinho é palanque, mas se vai enfrentar perguntas espinhosas ele deixa para os 4 ministros e o presidente do Banco Central.
Ele poderia ir lá falar sobre como esta indo bem o programa Fome Zero. Como a sua equipe soube implementar e gerenciar o programa. Ou será que já virou uma lembrança distante "o maior programa de combate a fome que o mundo já viu"??

Usando dvd+rw-tools

Hoje precisei formatar e gravar uma imagem ISO (Fedora 7 PowerPC) e adorei ter descoberto o pacote dvd+rw-tools[1].
Rápido, simples e eficiente - como toda boa ferramenta e principalmente por ser linha de comando. Os comandos usandos foram para formatar o DVD e gravar uma imagem (ISO). Para formatar:
dvd+rw-format -force /dev/dvd
e para gravar a image:
growisofs -Z /dev/dvd=F-7-ppc-DVD.iso
simples assim.

[1] Howto: Linux write (burn) data to DVD or DVD/RW.

Thursday 3 January 2008

Cell SDK installation

Após instalar o Cell SDK e o system simulator, é necess&ario dar o comando /opt/cell/cell_sync_simulator install para instalar os pacotes na imagem usada pelo simulador.

DMA transfer e matrizes esparsas

Recebi uma mensagem na lista do OpenFOAM dizendo que o processador Cell nao seria bom para aplicações tipo CFD porque a memória dos SPUs é muito pequena. E havia um comentário a respeito da dificuldade de trabalhar, "domar" como ele diz, as transferências DMA. Quanto a parte das matrizes esparsas, não sei o que dizer, mas sobre as transferências DMA, ele está certo! É um parto!

Mas no fundo acho que há uma falta de compreensão sobre os 256 KB da memória local da SPU e a transferência DMA. Pelo que entendo a idéia é que a transferência é tão rápida que o processamento nem percebe. Ou seja, sendo a matriz esparsa ou não, qual a diferença?

O que realmente me preocupa é se o código C++ cabe na memória local.